terça-feira, 26 de janeiro de 2010

É preciso que compreendamos que o amor nao se confunde com apego. A criatura que ama nao prende, antes liberta o ser amado para que possa escolher seu proprio caminho. O amor não é fisico, portanto nao requer a presença dos ententes queridos ao nosso lado, mas se contenta em ve-los bem e felizes. Essa é a maior felicidade de quem já aprendeu a amar: saber que aqueles a quem ama são felizes, ainda que distantes. Nas tambem é necessario entender que nao devemos ser egoístas. O amor nao exige exclusividade nem retribuições. Existe apenas porque alcançou o coração, sem que precisemos explicar essa existencia. Assim, se o experimentamos o amor, nao devemos querer que o ser amado somente a nós devote seu afeto. O amor nao tem limites, e pode ser distribuido por tantos quantos forem aqueles que encontremos. Quanto mais o vivenciamos, mais o alimentamos, mais ele cresce e fortifica. É um erro supor que só podemos amar uma única pessoa.
Não quero com isso dizer que devemos nos entregar a todos os que nos aparecem. Essa compreensao de amor nada mais é do que uma tentativa frustrada de justificar nossa incapacidade de amar. Vou me referir, mais especificamente, ao amor entre homem e mulher. É possivel, sim, um homem amar uma mulher e uma mulher amar esse homeme se se dedicarem a esse amor com aparente exclusividade. Contudo, se esse amor é elevado, ele nao será exclusivista, mas confiante. E essa confiança vai se exteriorizar na total ausência de cobranças ou expectativas, um compreendendo e conformando-se com aquilo que o outro é capaz de oferecer.
Os que assim se amam, já estao aptos a vivenciar o amor em suas diversas facetas. Sabem diferenciar o amor entre homem e mulher do amor entre pais e filhos, do amor entre irmãos e entre os seus semelhntes, sejam eles amigos ou inimigos. a distinção, aqui, não é de intensidade, mais de possíveis formas sob as quais o amor pode se revelar. Não se ama mais ou menos alguém: ama-se de acordo com a posição que cada um ocupa no mundo em nossas vidas.
Amar significa, sobretudo, compreender, na verdadeira acepção da palavra. Quem compreende aceita, não julga e nem critica. A compreensão não se resume a mera aceitação da inteligência. Não compreende verdadeiramente aquele que friamente raciocina e percebe o resultado, mas que é incapaz de aceitá-lo. Assim, se alguém diz: 'entendo deus motivos, mas isso é inadmissível', em realidade não compreendeu. Entendeu o problema e sua resolução, mas não foi capaz de alcançar os motivos que levaram o outro a adotar aquela fórmula de conclusão.
Falemos agora de paixão. Ela é fogo e, como tal, logo se extingue. É claro que pode haver paixão com amor, mas então ela será mero complemento de algo que é muito mais sublime, e não será elemento decisivo numa relação. Mas a paixão pura nos consome, desgasta, enfraquece. Faz dos homens escravos de seus anseios e desejos, não permitindo que eles experimentem um sentimento mais firme. Sim, porque a paixão, embora muitas vezes seja real, no sentido de existir mesmo, é sempre frágil, e logo se consome. Assim, o sentimento que a paixão evoca, embora verdadeiro, não é sórdido.
O mesmo se dá com a ilusão do poder. Quando alguém diz que ama apenas porque foi abandonado, ou porque não pode ter aquilo que deseja, costuma dier que sofre por amor. Mas, em verdade, ninguém sofre por amor, eis que o amor jamais será causa de sofrimento. Quem assim age, apenas exacerba o orulho e nao se contenta em perder o que, na realidade, nunca possuiu. É preciso aprender que o amor não se coaduna com a posse. Não possuimos nada na vida, senão as boas ou más sementes que plantamos em nossos corações. Portanto, se algo ou alguém que voce ama, seja um objeto, um anima ou uma pessoa, quiser ou tiver que sair da sua vida, não procure desculpas ou justificativas para retê-lo. Saber perder é excelsa forma de amar, poisconsiste em renúncia ao ser amado em nome de um sentimento muito mais nobre, que é o respeito à liberdade de determinação de nossos semelhantes. Teremos então um amor incondicional.
MônicaDeCastro/Leonel.

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